terça-feira, 4 de junho de 2019

Pseudo Herói

Sei lá, é quase utópico.
Esse trópico esquecido por Deus.
A justiça dessa destra da Tua mão.
A caridade do novo obliterado
Pelo amargor do passado.

A boca que abençoava... Julgava.
A mão que ajudava... Apedrejava.
Pés que seguiam O Caminho.
Seguem tortuosos e largas trilhas.
Trilhas sem final a vista.

À vista que compramos essa terra.
Pelo reflexo dos que a tinham.
Ajuruetê adestrado, falando o que antes não sabia.
O reflexo do Au, velho mundo miserável.
No sustento da Yersinia quase dizimados.

Novo mundo brilha tanto:
- Vou levando meus escravos.
Oh senhores do norte frio.
Que o mundo desbravaram.
E bradaram aos quatro ventos:
- Este mundo é meu.

Senhores donos de tudo.
Que não tinham nada.
Quiseram ter a liberdade dos livres.
E ela deles a tirara.
Quão pobre você foi, homem rico.
Do tanto que tinha, já não tinha alma.

Buscou o mundo, ganhou a vala.
Vala onde descansam reis e escravos.
Ricos e pobres, soberbos e fracos.
De tão rico se tornaram, hoje habitam a ossada.
Acima daquele que seria a Igreja edificada.

Clamam aos céus a misericórdia de culpas passadas.
Dividem entre si a alma manchada
Não chora, a alma não chora.
De que serve o paraíso quando não se leva nada.
Ah! Bela autarquia. Defendi de unhas e dentes.
Não importa o lado. Não havia presentes.

A manhã costumeira a todos nós.
Já não havia o pão, não havia paz.
O circo também foi embora.
Os animais deixados para trás.
Fazendo de Gladiador todo o povo.
Que em pé aplaudia seu herói (algoz) perspicaz.

*Au - Símbolo químico do Ouro
Yersinia - É o nome de um gênero de Bactérias. Saiba mais aqui.

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